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Livros

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Brasilis Busílis
 

Dênis Saverin seria insuportável se existisse em carne e osso. Ele é um pouco como aqueles amigos e parentes que não entendemos como se desentenderam conosco. Nosso consolo e esperança é vê-lo se apaixonar por uma artista de esquerda, a Rafaela. Como um agente duplo disfarçado, o jornalista vai acompanhar a encantadora ruiva nas aulas de arte do Robin Rude, na feira do MST, na parada LGBT, na marcha da maconha e até em terreno ocupado pelo Boulos. Brasilis Busílis, de Ivan Hegen, é a tentativa de elaborar em literatura um trauma histórico. Uma crise que só será atravessada se estudarmos o adversário e só trará alívio quando pudermos rir de nós mesmos. Uma crise intransponível sem a ajuda da arte.

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Puro Enquanto

Nesta obra experimental em que o texto delirante é intercalado por pinturas feitas pelo autor, o personagem, em coma, duela contra a dificuldade de despertar.

Nas palavras de Feranando Bonassi:

"Puro Enquanto faz um ruído no disco do moto contínuo; é um ponto de desencontro com aquilo que viemos nos fazendo...

Assim, puro enquanto é também um rito de passagem para uma outra coisa. Uma crise que seja. Uma espécie de viagem com destino incerto, o certo lugar dos infernos de nós mesmos.

Puro Enquanto deixa esse cheiro esquisito, meio novo e meio antigo, meio fóssil e meio sintético, bem fedido na garganta...

Puro Enquanto é uma caixa de esgoto, ressonância ou de segredos, travestida de armário de cacarecos. É esse desalento desgraçado, embalado por ironias impagáveis. O preço, no entanto, está fechado e acertado com o editor e o livreiro. São mentiras cristalinas, deslavadas e pagas com dez por cento das favas amargas na conta corrente do autor.

Deve, é claro, dar um tranco, ou um treco na mente dos contentes obscuros.

Tem uma coisa masoquista muito sádica também, como convém a quem leu Dostoiéviski desde criancinha.

Escrever pode ser gostoso, mas viver é que é perigoso. E Ivan descreve a nossa ignorância muito bem.

Puro enquanto é isso aí, ou aqui... Cada um sabe o que faz... Ou deixa de fazer, mas leia atentamente o que eu te digo: se segure pra torrente desse livro.

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A Grande Incógnita

A Grande Incógnita aborda, aparentemente, o tema da identidade. Embora nem isso seja uma certeza. Mais de um mundo se encontram sob e através de tudo o que os olhos veem. Fora e dentro se interpenetram e se confundem. Uma gota d’água em um rio é, também, o percurso da corredeira. Em seu livro de estréia, Ivan Hegenberg se desdobra e se estende para, com voz própria e imaginação, criar contornos para o inefável.

         No conto que dá nome à coletânea, a busca por uma identidade começa pelas sensações e se envereda pela memória. Em Subway, passado e presente se colidem, assim como ilusão e realidade, nos subterrâneos de uma estação de metrô. Fones de ouvido apresenta um namorado em sua tentativa de romper uma barreira, a que persiste entre sua alma e a de quem ama. Quebra retrata um homem em desespero de amor-ódio, urgência de se afirmar que de tão voraz destrói o entorno e corrói suas vísceras. Em O ovo de Xavier é o próprio corpo que causa estranhamento ao personagem do título, e em O homem que de fato morreu a morte é pensada com todo seu mistério e austeridade.

         O presente volume é convite a expedições para além do que é visível e palpável. É mergulho em incertezas e construção instável mas procedente. É elogio à vida e ao ser humano.

 

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Clarice Lispector

e as Fronteiras

da Linguagem

Este livro toma como ponto de partida o romance Água viva, de Clarice Lispector, originalmente publicado em 1973, um exercício de radicalização da linguagem influenciado pelo pensamento pictórico no qual o rastro material do processo de criação e a possibilidade de uma expressão não-verbal são colocados em pauta.

Discutindo o romance enquanto gênero literário, propõe-se uma comparação entre as linguagens literária e pictórica suscitada pelas constantes sugestões ao universo da pintura presentes em Água viva. A comparação entre o romance em questão com expressões artísticas consolidadas na década de 1970, como o minimalismo, a arte-processo e a arte conceitual – que colocaram a pintura em xeque, desencadeando um amplo ataque ao ilusionismo – revela as tensões entre arte e realidade nos projetos estéticos da contemporaneidade. Os debates em torno da chamada “morte da pintura” auxiliam a compreender os movimentos dialéticos de Clarice Lispector, alternando afirmação e negação da arte em uma de suas obras de maior experimentação, um romance que se dispõe a refletir com complexidade sobre a crise das representações.

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Rock Book 

Contos da Era

da Guitarra

Esta coletânea é a prova de que rock e literatura têm mais em comum do que se imagina. O livro reúne contos de grandes autores contemporâneos: Márcia Denser, Glauco Mattoso, André Sant'Anna, Nelson de Oliveira, Luiz Roberto Guedes, Carol Zoccoli & Cláudio Bizotto, Alex Antunes, Danislau, Ivan Hegen, Toni Monti, Xico Sá, Andréa Catrópa, Abilio Godoy, Carol Bensimon, Cadão Volpato, Antonio Vicente Pietroforte, Mario Bortolotto, Sergio Fantini, Andréa Del Fuego e Fernando Bonassi.

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A Lâmina que Fere

Chronos

Nas palavras de Julián Fuks: "A literatura como contra-ataque: talvez seja essa a postura que subjaz a estes contos tão variados, narrativas que a um só tempo exercitam a estética e promovem uma micropolítica bastante lúdica. A ponta afiada de sua faca é feita de sarcasmo, achacando a lógica vigente no consumo, na arte, no amor, no sexo. Mas lhe sobra força para golpear também com o cabo, avesso ao tom predominante de escracho, e o leitor poderá se surpreender com os lampejos de um engajamento mais delicado." 

Em A lâmina que fere Chronos, diversas temporalidades se emaranham e se sobrepõem – tempo mítico, reinterpretações da História, especulações futurísticas, ecos da memória, vibrações musicais, deslocamentos em sonhos. O presente pulsa, sem margem para a fuga, enquanto futuro e passado infinitizam o instante. A referida lâmina nada mais é do que a arte, em seu ataque à domesticação de nossas horas. E se momentos autobiográficos e percepções do autor sobre o mundo sofrem os cortes transversais da ficção é porque o fino aço, mais do que espelhar a realidade, torna-se impregnado de matéria viva.

"A Lâmina  que Fere Chronos" foi premiada pelo Programa Petrobras Cultural em 2011

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Será

Será – Ficção ou profecia? Conflitos severos decorrentes da escassez de água e a derrocada do atual sistema político cada vez mais se aproximam da realidade. São algumas das questões levantadas pelo escritor Ivan Hegen neste ousado romance, que também aposta em um mundo administrado por máquinas, na disseminação da telepatia, numa religião baseada na estética e em outras alterações radicais de nosso modo de vida. Neste livro de vasta imaginação, deparamo-nos com uma milícia de extermínio em massa, uma inquieta e precoce menina telepata, um ritual religioso onde se prega o delírio e a beleza, uma surpreendente jornada ao centro de uma célula e um festival de suicidas, entre outras situações, todas narradas com a habilidade de um dos maiores talentos da literatura recente.

Nas palavras de Nelson de Oliveira: "O progresso científico é como um machado nas mãos de um psicopata. Palavras de Einstein. Este romance de Ivan Hegenberg nos apresenta nada mais nada menos do que o futuro desse progresso. Qual seria ele? O mais assombrado e o mais assombroso possível, coordenado por máquinas inteligentes, suportado por homens e mulheres violentos e inseguros, às vezes esperançosos e confiantes, quase sempre desesperados ou deprimidos. O único futuro possível para o presente no qual vivemos - a continuação caótica do não menos caótico momento atual."

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