Premissas
- Ivan Hegen
- 19 de mai. de 2019
- 1 min de leitura
Não existe mais uma realidade compartilhada, um mundo com pontos mínimos de consenso, e a culpa não é só do Olavo de Carvalho ou do Steve Bannon. Ao menos desde Nietzsche qualquer parâmetro "universal" é questionável, e toda verdade está em disputa. Quais são os critérios, se até mesmo a ciência requer fé, toda aplicação da lei é uma interpretação e nenhum mensageiro é de todo confiável?
A pior solução é se entregar ao relativismo cego, repetir como um mantra que "tanto faz". Vivendo na incerteza, devemos testar as premissas o tempo todo. Realizar o esforço constante de pensar na origem de cada discurso, no interesse por trás de cada ação e imaginar que futuro se vislumbra a cada passo tomado. Questionar até mesmo nossos líderes, nossos modelos, nossos parâmetros iniciais.
Ganhar consciência é assumir inclusive que o espelho devolve reflexos distorcidos, borrados, alucinados. Porque há o inconsciente inalcançável, há as engrenagens da superestrutura, há o mistério que somos para nós mesmos e todas nossas pré-determinações.
Autocrítica as pessoas querem apenas dos outros, não fazem um balanço sincero de seus atos nem mesmo em pensamento. E de tanta recusa a pensar, os que agem apenas de acordo com a zona de conforto estão levando à destruição do planeta.
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